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Auditores da Receita não vão mais passar por inspeção regular nos aeroportos, diz ministro

Auditores terão protocolo de inspeção específico, com acesso às áreas restritas por meio de cadastro biométrico.

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Presidente Jair Bolsonaro em reunião de trabalho no Hospital Albert Einstein, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (dir.), e o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Jorge Oliveira — Foto: Divulgação/Presidência da República

O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou nesta sexta-feira (8) que os auditores da Receita Federal não ficarão mais submetidos à inspeção regular para ter acesso a áreas restritas dos aeroportos.

Segundo o ministro, esses servidores terão um protocolo de inspeção específico que incluirá o controle por meio de biometria, com acesso permitido somente durante o horário de trabalho de cada funcionário.

De acordo com o ministro, o presidente Jair Bolsonaro assinou a alteração no decreto que permitirá a adoção desse protocolo – nesta sexta, Freitas despachou com Bolsonaro no hospital onde o presidente está internado, em São Paulo.

“Há um período de regulamentação. Até o fim do período de regulamentação, auditores da Receita e policiais federais terão o mesmo procedimento”, informou o ministro ao G1 por mensagem de celular.

Atualmente, os policiais federais são os únicos que não passam pela vistoria regular para entrar nas áreas restritas dos aeroportos. As autoridades portuárias recebem o cadastro dos policiais, e eles entram sem passar pelo detector de metais.

Tarcísio Freitas afirmou, no entanto, que a regulamentação para quem atua nas áreas alfandegárias prevê a possibilidade de outros protocolos de segurança, como “inspeções aleatórias”.

A suspensão da inspeção nos aeroportos atende a uma reclamação de servidores da Receita Federal. Eles argumentavam que a inspeção regular atrasava o trabalho alfandegário.

Desde o fim do ano passado, os servidores da Receita que trabalham em aeroportos precisavam passar pela inspeção regular para ter acesso às áreas restritas dos terminais.

A norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que obriga a inspeção foi editada em 2013, mas estava suspensa por liminar (decisão judicial provisória), que caiu no fim do ano passado.

A Anac já havia informado em nota que a inspeção segue padrões internacionais de segurança para áreas restritas dos aeroportos e que apenas regulamentou um decreto presidencial de 2010.

Autoridades do setor aéreo são contra a mudança por avaliarem que pode comprometer a segurança dos aeroportos.

No fim do ano passado, o procedimento provocou atrasos em voos no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

Os agentes da Receita Federal exigiam que a inspeção de segurança fosse feita por um policial federal e não por agentes de segurança aeroportuária contratados pela concessionária do terminal.

Assim, enquanto o policial federal não chegava, o funcionário da Receita Federal não entrava na área restrita, o que atrasou inspeção de bagagens e mercadorias.

Na semana passada, a agência recebeu relatos de problemas semelhantes em outros aeroportos, como o de Salvador, e descumprimento das inspeções.

Em Salvador, a concessionária do aeroporto chegou a enviar uma carta à Anac relatando que uma funcionária do terminal quase foi agredida por um servidor da Receita Federal.

“Pelas imagens gravadas pelo sistema interno de segurança do Aeroporto é possível visualizar a tentativa de agressão. Parte da conversa entre ambos foi gravada através do sistema de comunicação do Aeroporto. Todos estes elementos serão encaminhados em breve para conhecimento deste Regulador”, informou a concessionária de Salvador.

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Destaque

Investigado da 59ª fase da Lava Jato é solto após depositar fiança de R$ 6,8 milhões, diz defesa

Wilson Quintella Filho, ex-presidente de empresas do Grupo Estre, estava preso na Superintendência da PF em Curitiba desde 31 de janeiro.

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Wilson Quintella Filho, ex-presidente de empresas do Grupo Estre, estava preso na Superintendência da PF em Curitiba — Foto: Dulcineia Novaes/RPC Curitiba

Após depositar a fiança de RS 6,8 milhões, Wilson Quintella Filho, ex-presidente de empresas do Grupo Estre, deixou a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde estava preso desde 31 de janeiro, quando foi deflagrada a 59ª fase da Operação lava Jato.

O alvará de soltura foi expedido às 17h30 de sexta-feira (8) e, de acordo com a defesa, Quintella foi solto duas horas depois, por volta das 19h30 de sexta.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as investigações da 59ª fase da Lava Jato miram o pagamento de propinas pelo Grupo Estre em contratos com a Transpetro para tratamento de resíduos, manutenção de dutos e construção de um estaleiro para produzir embarcações para transporte de etanol no Rio Tietê.

Na última terça-feira (5), a juíza Gabriela Hardt tinha convertido a prisão dele e de outros dois investigados para preventiva – por tempo indeterminado – mas estabeleceu a possibilidade de liberdade em caso de pagamento de fiança.

Quintella deve cumprir algumas medidas cautelares, como a proibição de deixar o país e de entrar em contato com outros investigados.

O G1 entrou em contato com a defesa de Wilson Quintella Filho e aguarda retorno.

Outros presos

O advogado e ex-executivo do Grupo Estre Mauro de Morais e o operador financeiro Antonio Kanji Hoshikawa, outros dois alvos da 59ª fase da Lava Jato, continuam presos em Curitiba.

A juíza também estabeleceu a possibilidade de pagamento de fiança para os dois, mas no valor de R$ 1,5 milhão.

A defesa de Morais chegou a fazer um pedido de reconsideração do valor da fiança, que foi negado por Hardt na sexta-feira.

O G1 não conseguiu contato com as defesas de Mauro de Morais e de Antonio Kanji Hoshikawa.

A 59ª fase

As investigações apuram o pagamento de propina pelo Grupo Estre, no valor de 3% dos contratos com a Transpetro para tratamento de resíduos, manutenção de dutos e construção de um estaleiro para produzir embarcações para transporte de etanol no Rio Tietê, conforme o MPF.

O esquema movimentou cerca de R$ 192 milhões, segundo depoimento de delação de Sérgio Machado, que é ex-presidente da Transpetro. “Ele revelou no âmbito do seu acordo de delação que angariou propinas para si e para integrantes da cúpula do PMDB entre 2003 e 2014. Segundo ele falou, a quantia por ele repassada a agentes políticos totalizou R$ 100 milhões”, disse o procurador da República Roberson Pozzobon.

Além disso, segundo o procurador, Sérgio Machado relatou que foram coletados para ele mesmo cerca de R$ 2 milhões ao ano de propinas no Brasil, e também recebeu R$ 70 milhões no exterior.

Ao todo, são investigados 36 contratos que totalizaram, entre 2008 e 2017, mais de R$ 682 milhões, conforme a Lava Jato.

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Politica

Luiz Antônio Bonat é aprovado para substituir Sérgio Moro na Lava Jato

Nome do juiz mais antigo da Justiça Federal da 4ª Região foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração do TRF4

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Luiz Antonio Bonat é o juiz mais antigo da 4ª Região TRF4/Divulgação

O nome do juiz Luiz Antonio Bonat foi aprovado por unanimidade nesta sexta-feira (8) pelo Conselho de Administração do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) para assumir o comando da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância.

Juiz mais antigo da Justiça Federal da 4ª Região, Bonat assumirá o cargo deixado pelo ministro Sérgio Moro no final do ano passado para assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.

Após a aprovação do Conselho de Administração, o processo segue agora para a Corregedoria Regional da Justiça Federal da 4ª Região.

Nos próximos dias, deve ser publicado o ato de remoção no Diário Eletrônico da Justiça Federal da 4ª Região, assinado pelo presidente do TRF4, desembargador federal Thompson Flores.

No ato constará a data de entrada em exercício de Bonat como novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Perfil

Bonat tem 64 anos e é há 25 anos atua como juiz federal. O curitibano já trabalhou em Foz do Iguaçu, Criciúma e Curitiba. Especialista em Direito Público pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), até então, é titular da 21ª Vara Federal de Curitiba, que analisa processos na área previdenciária.

Em 2003, Bonat foi o juiz que condenou criminalmente, pela primeira vez, uma pessoa jurídica no Brasil, em um caso de danos ambientais à margem do rio Urussanga, em Santa Catarina. Ele também já atuou no TRF4 como juiz federal convocado para auxílio e substituição a desembargadores.

O substituto de Moro ingressou na Justiça Federal como servidor, em 1978, tendo assim atuado junto à 1ª Vara Federal de Curitiba, como Auxiliar e Técnico Judiciário, e na 7ª Vara Federal de Curitiba, como Diretor de Secretaria.

Em 1993, foi aprovado no concurso de juiz federal e assumiu a magistratura na 1ª Vara Federal de Foz do Iguaçu (PR) e na 3ª Vara Federal de Curitiba.

Bonat possui especialização em Direito Público, pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), tendo ministrado aulas em cursos de especialização. Participa, como coautor, do livro Importação e Exportação no Direito Brasileiro, que tem como tema os crimes relacionados com o comércio exterior.

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Destaque

Bolsonaro decide conceder indulto para presos com doenças graves

Presidente assinou decreto de perdão de pena restrito e humanitário para doentes graves e terminais nesta sexta-feira (8).

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Bolsonaro concede indulto para presos com doenças graves. Foto: Reprodução/TV Globo

O presidente Jair Bolsonaro decidiu conceder indulto (perdão de pena) para presos com doenças graves e doentes terminais. O decreto proíbe indulto a condenados por corrupção, crimes hediondos e de tortura, entre outros.

Bolsonaro assinou o decreto nesta sexta-feira (8), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado desde o dia 28 em razão de uma cirurgia para retirar bolsa de colostomia e religar o intestino. O decreto deve ser publicado na edição desta segunda-feira (11) do “Diário Oficial da União”.

O texto prevê indulto nos seguintes casos:

  • por paraplegia, tetraplegia ou cegueira adquirida posteriormente à prática do delito ou dele consequente, comprovada por laudo médico oficial, ou, na falta do laudo, por médico designado pelo juízo da execução;
  • por doença grave, permanente, que, simultaneamente, imponha severa limitação de atividade e que exija cuidados contínuos que não possam ser prestados no estabelecimento penal, desde que comprovada por laudo médico oficial, ou, na falta do laudo, por médico designado pelo juízo da execução; ou
  • por doença grave, neoplasia maligna ou síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids), desde que em estágio terminal.

O indulto fica proibido nos seguintes casos:

  • Condenados por crimes hediondos;
  • Crimes com grave violência contra pessoa;
  • Crimes de tortura;
  • Envolvimento com organizações criminosas;
  • Terrorismo;
  • Violação e assédio sexual;
  • Estupro de vulnerável;
  • Corrupção de menores;
  • Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente;
  • Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável;
  • Peculato;
  • Concussão;
  • Corrupção passiva;
  • Corrupção ativa;
  • Tráfico de influência;
  • Vender/transportar ou se envolver com drogas;

O indulto é geralmente concedido todos os anos, em período próximo ao Natal. A prática está prevista na Constituição como atribuição exclusiva do presidente da República.

Depois de eleito, em novembro do ano passado, Bolsonaro afirmou em rede social que não concederia indulto a presos em seu governo.

Decreto polêmico

No fim do ano passado, o ex-presidente Michel Temer decidiu que não editar o decreto de indulto de Natal. O indulto concedido por ele em 2017 está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

O julgamento foi interrompido em novembro do ano passado por um pedido de vista. Seis ministros votaram a favor do decreto e dois contra. Faltam os votos de outros três votos.

Na época da assinatura do indulto, o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol, chegou a dizer que o decreto de Temer era um “feirão de natal para corruptos”.

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